Associação Portuguesa de Aquacultura nega a morte de centenas de aves na Figueira da Foz

 

Jorge Camarneiro, vice-presidente da Associação Portuguesa de Aquacultura e aquacultor, veio hoje contrapor as declarações da associação ambientalista MilVoz, alegando que "nós não dizemos que não há aves que fiquem presas nas redes ou que morram nas redes. Mas é uma quantidade pouco significativa. Dizer que há centenas de aves mortas por ano é mentir" pois "o número está completamente errado" e "neste momento, tem que se esperar pelo trabalho que está a ser feito pelo ICNF, que está a visitar quinzenalmente as aquaculturas da Figueira e a fazer o registo da mortalidade. E acho que no fim vai chegar-se à conclusão que a montanha vai parir um rato".

No entanto, "estamos recetivos e disponíveis para fazer as adaptações que forem necessárias para a resolução do problema, mas é preciso primeiro perceber a dimensão" pois "o barulho do assunto só prejudica a imagem do produto nacional que é de excelente qualidade e criado em condições sustentáveis".

Jorge Camarneiro afirmou ainda que os aquacultores estão disponíveis para mudanças, no entanto será impossível implementar algumas das soluções apresentadas pelas associações ambientalistas pois aumentariam em 30 vezes o custo das redes.

No seguimento da denúncia da MilVoz, o ICNF declarou que em novembro de 2020 a Direção do Centro do ICNF "iniciou a implementação de um programa de monitorização com vista a recensear e caracterizar a utilização que as comunidades de aves fazem das instalações dos estabelecimentos de aquacultura e avaliação da afetação das comunidades de aves (lesões e mortalidade) causada pelos dispositivos utilizados naquelas explorações para diminuir os prejuízos causados pela predação das aves".

O programa vai permitir definir "as características técnicas que devem possuir as redes ou outros dispositivos que minimizem a mortalidade/ferimento das aves e que simultaneamente evitem/diminuam a predação das aves nos tanques das pisciculturas".

"Este programa está a ser realizado em articulação com as empresas titulares dos estabelecimentos de aquacultura e é do conhecimento da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos e das ONGA [organizações não-governamentais da área do ambiente]", ressalvou o ICNF.


Sandra Santos

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