Ex-dirigente do Académico de Leiria enfrenta 50 crimes de prostituição de menores
Luís Pinto, de 59 anos, um dos fundadores e ex-presidente do Académico de Leiria começou hoje a ser julgado, à porta fechada, no Tribunal da Batalha por 50 crimes de recurso a prostituição de menores e dois crimes de pornografia de menores, um dos quais tentado.
Em janeiro ou fevereiro de 2019, a alegada vítima, menor, criou um perfil na plataforma "GRINDR", que se destina a conversas, contactos e encontros de natureza homossexual e Luís Pinto terá iniciado conversas com o menor, passando mais tarde para troca de números de telefone e conversas por WhatsApp.
O Ministério Público sustenta que o menor terá informado o arguido da sua idade real e este, "ciente da idade do menor e das dificuldades económicas sentidas pelo mesmo, no decurso das conversações mantidas entre ambos, falou-lhe várias vezes sobre sexo, dizendo-lhe que lhe dava dinheiro" em troca de favores sexuais, o que se terá vindo a concretizar.
Segundo o MP, as quantias oscilavam entre "30 e 50 euros" e "o menor, para fazer face às suas despesas, começou também a pedir dinheiro ao arguido", entre 100 e 120 euros, tendo o arguido concordado, "mas apenas lhe entregava tais quantias em troca de favores sexuais".
Entre Maio e 20 de Agosto de 2019, em pelo menos 50 ocasiões, o menor ter-se-á deslocado a casa do acusado tendo praticado com estes atos sexuais em troca de entrega de dinheiro.
Em Agosto de 2019, o menor foi confrontado por um amigo e "acabou por lhe confidenciar o sucedido", acabando por apresentar denúncia.
Para o MP, o arguido sabia a idade do menor tendo agido para satisfazer os seus "instintos lascivos e libidinosos", perturbando o desenvolvimento da personalidade do jovem.
Ao conhecer a acusação, Luís Pinto afirmou estar inocente e disse esperar que a situação se esclareça porque "o próprio acusador já enviou uma carta ao tribunal a dizer que tinha mentido na denúncia".
Sandra Santos
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